Nada contra o Carlos Minc (nem a favor, a despeito de achar um absurdo a forma dispensada pelo nosso querido Mestre Lula para com a discreta e regular Marina Silva), mas a melhor da semana passada foi o Elio Gaspari, na Folha de domingo: “um veste-se como um saltimbanco, o outro fala como gringo de programa humorístico” (Folha de S. Paulo, 25 de maio de 2008. Brasil. A12). O outro em questão é o Mangabeira Unger. Jornalista bom é o que escolhe o mote certo: o circo está montado.
terça-feira, 27 de maio de 2008
Todos os sabores o sabor*
Ela é feiosa, tem uma capa cheia de espinhos moles que mais lembram uns cabelos endurecidos, parece rota, é sem dúvida opaca. Confesso que tive até um pouco de medo quando ela me foi mostrada, elas foram, porque na verdade seriam nove ou dez. Estavam, por cuidado, juntadas numa tigelinha toda delicada: branca, desenhos bonitos e singelos. A lichia (estranho nome!) abriu na primeira mordida mostrando-se-me toda alva no por dentro. Saborosa, adocicadinha, amarguinha, mas tépida como só o poderia ser o sorriso arregalado de quem tinha levado a frutinha para mim.
Todos os sabores o sabor. Já eu não sabia, então, se fruta ou sorriso e tudo amanheceu. Fiquei com cara de caso a olhar quem me dera a lichia. E isso não era senão o sabor. Experimentei sabores muitas vezes no sabor do sorriso de lichia, vez vendo o Joaquim brincar para sorrir, vez vendo o sorriso sorrindo por sorrir, vez vendo a lichia com a boca, gostando-a aos poucos para perceber no gosto tão peculiar e genérico o alcance de todos os sabores dos sorrisos a partir de ali. Ipês têm sabor de lichia. Barulho incompreensível da boca ao dormir tem sabor de lichia. Osso tem sabor de lichia. Todos os sabores o sabor tem sabor de lichia no sorriso. As coisas todas no caminho vão passando, a visão se cansa, o olfato e o paladar se cansam. Esquecem-se e apagam-se as imagens, os gostos, os cheiros, o sabor. Mas Todos os sabores o sabor não mingua, não some, não se olvida, não deixa de ser sabor pela boca, olhos, cheiro, menos ainda pelo coração.
Todos os sabores o sabor. Já eu não sabia, então, se fruta ou sorriso e tudo amanheceu. Fiquei com cara de caso a olhar quem me dera a lichia. E isso não era senão o sabor. Experimentei sabores muitas vezes no sabor do sorriso de lichia, vez vendo o Joaquim brincar para sorrir, vez vendo o sorriso sorrindo por sorrir, vez vendo a lichia com a boca, gostando-a aos poucos para perceber no gosto tão peculiar e genérico o alcance de todos os sabores dos sorrisos a partir de ali. Ipês têm sabor de lichia. Barulho incompreensível da boca ao dormir tem sabor de lichia. Osso tem sabor de lichia. Todos os sabores o sabor tem sabor de lichia no sorriso. As coisas todas no caminho vão passando, a visão se cansa, o olfato e o paladar se cansam. Esquecem-se e apagam-se as imagens, os gostos, os cheiros, o sabor. Mas Todos os sabores o sabor não mingua, não some, não se olvida, não deixa de ser sabor pela boca, olhos, cheiro, menos ainda pelo coração.
* - obrigado a Júlio Cortázar pelo empréstio forçado do título.
p.s. - Mas sobeja que o poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir sabor, o sabor que sequer experimente. De lichia, claro.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Aniversário
Hoje é aniversário de meu pai, o Elcio Machado. Vinte de maio, terça-feira, fiquei com vontade de deixar aqui uma singela lembrança. Porque me comprometi a publicar sempre às terças-feiras e por essa terça ser a data de aniversário dele, já caberia uma menção, mas é mais significativo pelo conjunto da obra. Explico.
Vejam aí em cima o título e subtítulo do blogue. Literatura e outras presunções. Sim, nada disso que venho dizendo seria possível se não fosse pelo incentivo e influência dele. Não exatamente a presunção, que foi vício adquirido algures (vá lá, também aprendido com o progenitor, vai...), mas a literatura. O gosto pelo livro não nasceu pegado comigo, como o cabelo loiro e os olhos azuis, nem o nariz de africano. Veio pela mão paterna, pelo incentivo à curiosidade, pela provocação que me fazia querer pensar. Nunca fui um bom aluno, nem bom ouvinte, porque desde muito novo aprendia mais a ser presunçoso e rebelde do que atento e perscrutador. Mas mesmo assim, com insistência, amor e vontade sincera de mostrar que a vida tinha coisas mais interessantes que a televisão e o futebol, ele foi me incutindo a idéia da leitura, de pensar criticamente, de conhecer.
Das maluquices que inventou, duas me divertem demais até hoje. Se lhe fazíamos uma pergunta (minha irmã ou eu) a resposta não era pronta que nem papinha de nenê: “formule uma hipótese”. Antes de nos explicar o que era um cirros, um estrato, um cumulus, pedia para que pensássemos a respeito, que nós mesmos formulássemos uma possibilidade para aquilo. Com o “formule uma hipótese” aprendi muita coisa, sobretudo que a preguiça de pensar era o que mais podia afastar a gente de entender coisas simples do dia-a-dia. A outra maluquice foi oferecer aos seus filhos a possibilidade de que lhe chamássemos de Élcio. Ele dizia: “além de pai sou amigo, então vocês podem me chamar como queiram”. Moleques que éramos, claro que optamos pela transgressão divertida a chamar o papai de igual para igual, ainda mais em frente de coleguinhas ou primos atônitos (“é seu padrasto?”). Ele não sabe, ou talvez não se lembre, mas fora do tratamento direto para ele, continuou sendo chamado de papai em qualquer referência à sua pessoa para terceiros ou no trato comum da casa.
É claro que também herdei coisas complicadas, porque a vida não é conto de fadas. É claro que a distância e as circunstâncias nos afastaram ou aproximaram em determinadas situações e é claro que somos pessoas muito diferentes, ainda bem. Mas entre muitas outras coisas, o gosto que hoje tenho por literatura e outras inutilidades como a astronomia e a geografia me foram provocadas pelo Élcio (estou provocando com inutilidades, nem próximas de ter em casa um fatiador de frios).
Bom, apesar de ser aniversário do meu pai, o blogue é meu, por isso disse pouco dele e mais dele no que diz respeito a mim (porque aqui quem fala sou eu). Mas calma! Ele não tem culpa das tolices que escrevo. Sempre foi meu exemplo de cultura e conhecimento, além de inteligência lógica. Mas herdei mesmo foram os cabelos brancos.
De parabéns, peço licença a ele (que lerá este poste) para tornar pública uma dedicatória que está no meu volume das poesias completas do Fernando Pessoa, presente que ganhei num aniversário de muitos anos atrás:
“Ao meu filho e amigo Juliano, desejando que sinta o prazer de se envolver com a mais alta qualidade estética que o espírito humano pode produzir. Com amor e carinho, de seu amigo e pai. Elcio.”
Vejam aí em cima o título e subtítulo do blogue. Literatura e outras presunções. Sim, nada disso que venho dizendo seria possível se não fosse pelo incentivo e influência dele. Não exatamente a presunção, que foi vício adquirido algures (vá lá, também aprendido com o progenitor, vai...), mas a literatura. O gosto pelo livro não nasceu pegado comigo, como o cabelo loiro e os olhos azuis, nem o nariz de africano. Veio pela mão paterna, pelo incentivo à curiosidade, pela provocação que me fazia querer pensar. Nunca fui um bom aluno, nem bom ouvinte, porque desde muito novo aprendia mais a ser presunçoso e rebelde do que atento e perscrutador. Mas mesmo assim, com insistência, amor e vontade sincera de mostrar que a vida tinha coisas mais interessantes que a televisão e o futebol, ele foi me incutindo a idéia da leitura, de pensar criticamente, de conhecer.
Das maluquices que inventou, duas me divertem demais até hoje. Se lhe fazíamos uma pergunta (minha irmã ou eu) a resposta não era pronta que nem papinha de nenê: “formule uma hipótese”. Antes de nos explicar o que era um cirros, um estrato, um cumulus, pedia para que pensássemos a respeito, que nós mesmos formulássemos uma possibilidade para aquilo. Com o “formule uma hipótese” aprendi muita coisa, sobretudo que a preguiça de pensar era o que mais podia afastar a gente de entender coisas simples do dia-a-dia. A outra maluquice foi oferecer aos seus filhos a possibilidade de que lhe chamássemos de Élcio. Ele dizia: “além de pai sou amigo, então vocês podem me chamar como queiram”. Moleques que éramos, claro que optamos pela transgressão divertida a chamar o papai de igual para igual, ainda mais em frente de coleguinhas ou primos atônitos (“é seu padrasto?”). Ele não sabe, ou talvez não se lembre, mas fora do tratamento direto para ele, continuou sendo chamado de papai em qualquer referência à sua pessoa para terceiros ou no trato comum da casa.
É claro que também herdei coisas complicadas, porque a vida não é conto de fadas. É claro que a distância e as circunstâncias nos afastaram ou aproximaram em determinadas situações e é claro que somos pessoas muito diferentes, ainda bem. Mas entre muitas outras coisas, o gosto que hoje tenho por literatura e outras inutilidades como a astronomia e a geografia me foram provocadas pelo Élcio (estou provocando com inutilidades, nem próximas de ter em casa um fatiador de frios).
Bom, apesar de ser aniversário do meu pai, o blogue é meu, por isso disse pouco dele e mais dele no que diz respeito a mim (porque aqui quem fala sou eu). Mas calma! Ele não tem culpa das tolices que escrevo. Sempre foi meu exemplo de cultura e conhecimento, além de inteligência lógica. Mas herdei mesmo foram os cabelos brancos.
De parabéns, peço licença a ele (que lerá este poste) para tornar pública uma dedicatória que está no meu volume das poesias completas do Fernando Pessoa, presente que ganhei num aniversário de muitos anos atrás:
“Ao meu filho e amigo Juliano, desejando que sinta o prazer de se envolver com a mais alta qualidade estética que o espírito humano pode produzir. Com amor e carinho, de seu amigo e pai. Elcio.”
Como se nota, com mimos desse tipo e palavras bonitas assim, o mínimo que eu poderia fazer era me apaixonar pelos livros. Obrigado e parabéns pelo seu aniversário, Elcio.
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terça-feira, 13 de maio de 2008
Las Quince Líneas
A primeira vez que tomei contato com esse negócio de microestórias foi por volta do ano 1999. Hoje a balbúrdia que já foi grande serenou e no final nem mesmo as iniciativas de microcontos do Marcelino Freire vingaram muito.
Não me recordo onde vi, nem como cheguei até ele, mas o nome que me apresentou a novidade foi Luis Landero, um escritor espanhol nascido por volta da metade do século passado que certo dia inventou um tal “Círculo Cultural Faroni” (que tão pouco sei do que se trata). O caso é que foi lá que eu conheci a idéia de construir histórias em quinze linhas. Havia um prêmio anual em língua espanhola e me recordo que o vencedor de um dos anos descreveu em quinze linhas como Gregor Samsa teria ido, afinal, depois de se transformar num inseto monstruoso trabalhar em sua empresa, onde logo foi congratulado por chegar mais cedo (foi voando) e depois realocado em nova função em função de suas novas características.
Envolvido que estava pela “Jangada de Pedra” do Saramago, à época, me aventurei nas quinze linhas, saiu o que se segue:
O Discóbolo
Ninguém ignora ser Joaquim Sassa um exímio discóbolo, como ficou provado quando lançou uma pedra pesada qual fosse ela dessas maneirinhas. Cansou-se pois de esperar aonde iria ter a península Ibérica, mudada em bote de pedras e resolveu tornar à praia onde um dia descobriu jazer em seu corpo forças que não poderia supor. Então apanhou uma pedra grande, com esforço acomodou-a na mão direita, deixando-a assente em toda a parcela da mão e também por um pedaço do pulso. Com os movimentos de discóbolo, não experiente, mas convencido por resultados de sua competência, tencionou, e o fez, jogar a pedra ao mar cuidando que como outrora fosse ela chapar na água três vezes antes de afundar, já numa distância maior que o singelo recorde mundial dessa modalidade. Não lhe saiu feliz a empresa. A pedra escapou-se-lhe da mão uns centímetros e foi cair no seu pé esquerdo. Irritadíssimo, chutou violentamente a pedra, atitude antes de adolescente lunático do que de homem cabal. Feriu também o pé direito, e não consta que a península tenha parado.
Não por agora, que ando sem paciência, mas pretendo ainda aqui na Bazófia copiar um concurso de relatos breves, mais ou menos dessa maneira para que vocês leitores participem e quem sabe se divirtiam.
Não me recordo onde vi, nem como cheguei até ele, mas o nome que me apresentou a novidade foi Luis Landero, um escritor espanhol nascido por volta da metade do século passado que certo dia inventou um tal “Círculo Cultural Faroni” (que tão pouco sei do que se trata). O caso é que foi lá que eu conheci a idéia de construir histórias em quinze linhas. Havia um prêmio anual em língua espanhola e me recordo que o vencedor de um dos anos descreveu em quinze linhas como Gregor Samsa teria ido, afinal, depois de se transformar num inseto monstruoso trabalhar em sua empresa, onde logo foi congratulado por chegar mais cedo (foi voando) e depois realocado em nova função em função de suas novas características.
Envolvido que estava pela “Jangada de Pedra” do Saramago, à época, me aventurei nas quinze linhas, saiu o que se segue:
O Discóbolo
Ninguém ignora ser Joaquim Sassa um exímio discóbolo, como ficou provado quando lançou uma pedra pesada qual fosse ela dessas maneirinhas. Cansou-se pois de esperar aonde iria ter a península Ibérica, mudada em bote de pedras e resolveu tornar à praia onde um dia descobriu jazer em seu corpo forças que não poderia supor. Então apanhou uma pedra grande, com esforço acomodou-a na mão direita, deixando-a assente em toda a parcela da mão e também por um pedaço do pulso. Com os movimentos de discóbolo, não experiente, mas convencido por resultados de sua competência, tencionou, e o fez, jogar a pedra ao mar cuidando que como outrora fosse ela chapar na água três vezes antes de afundar, já numa distância maior que o singelo recorde mundial dessa modalidade. Não lhe saiu feliz a empresa. A pedra escapou-se-lhe da mão uns centímetros e foi cair no seu pé esquerdo. Irritadíssimo, chutou violentamente a pedra, atitude antes de adolescente lunático do que de homem cabal. Feriu também o pé direito, e não consta que a península tenha parado.
Não por agora, que ando sem paciência, mas pretendo ainda aqui na Bazófia copiar um concurso de relatos breves, mais ou menos dessa maneira para que vocês leitores participem e quem sabe se divirtiam.
p.s. - já sei, já sei que a história do discóbolo tem dezesseis linhas. Mas calculo que seja algum problema com a formatação ou qualquer coisa que o valha. Se não for corrigido prometo desclassificar a história da competição.
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terça-feira, 6 de maio de 2008
Um pouco de respeito
Dez leitores
Tenho tratado com muito descaso os afinal não tão poucos leitores deste blogue. Digo não tão poucos porque no último poste anotei dez ou doze comentários ao texto, e ainda faltaram alguns visitantes contumazes, que suponho ainda estejam por aí. É claro que mesmo que apenas um leitor houvesse, deveria eu tratá-lo com respeito e consideração. Portanto, é feliz que informo acreditar ter, vamos lá, uns quinze leitores, e que estes leitores, freqüentes e participantes, merecem mais atenção.
Periodicidade
Não tenho tido muito o que dizer para que possa atualizar o blogue todos os dias (para a sorte de todos nós, convenhamos). E não me apetece escrever qualquer tolice (a despeito das tolices que mesmo assim são escritas) só para deixar o blogue movimentado. Mas, de qualquer forma, nada justifica que não desenvolva uma periodicidade para que os leitores ao menos saibam quando é que podem encontrar, se o desejarem, algo novo por aqui, para não os fazer gastar precioso ou ocioso tempo de internete entrando numa página desatualizada. Esta Bazófia, então, terá textos postados todas as terças-feiras, o que dará um inédito por semana no mínimo (exceto se surgir algo que anseie ser publicado urgentemente). Se por algum motivo não puder publicar na terça-feira (não se está isento de percalços os mais variados possíveis), um dia antes, portanto na segunda, farei aqui o aviso do sucedido.
Pitacos
O diálogo que se estabelece nos comentários é muito importante, sobretudo para o blogueiro, já que é, em última instância, a possibilidade de alcançar, de fato, a audiência do blogue. Ora, se a primeira coisa que o leitor pode fazer de mais especial para quem escreve o texto é lê-lo, a segunda é comentar. Logo, não faz sentido o também desrespeitoso tempo que o escrevente demora para responder aos comentários, diminuindo, dessa forma, o espaço para um debate que pode ser muitas vezes bastante melhor que o próprio texto. Pretendo, pois, responder aos comentários tão logo os veja na página, comprometendo-me a responder a todos até no máximo a terça-feira seguinte à publicação.
Louvoso
Gratidão não é uma boa palavra, mas louvoso, à moda do Manoel de Barros, talvez seja. Fico muito feliz que vocês leitores continuem vindo a este singelo espaço, e muito satisfeito também que comentem os textos. Aqui na Bazófia não tem essa de que blogue é do blogueiro e ele faz o que quiser. Não, eu escrevo o que quiser, mas não pretendo fazer o que quiser, porque a única e exclusiva utilidade deste blogue é se fazer ler. Sem leitores, não há blogue. Por isso gostava de convidar a que se manifestassem quanto as formas e agora sobre essa questão da periodicidade, ajudando-me a fazer um blogue mais palatável para a leitura. Os textos eu prometo melhorar, mas como os diletos leitores já sabem, isso ainda vai longe de produzir um bom efeito.
Obrigado por virem e prestigiarem as palavras que não muito firmes vou deixando por aqui. Um abraço terno.
Tenho tratado com muito descaso os afinal não tão poucos leitores deste blogue. Digo não tão poucos porque no último poste anotei dez ou doze comentários ao texto, e ainda faltaram alguns visitantes contumazes, que suponho ainda estejam por aí. É claro que mesmo que apenas um leitor houvesse, deveria eu tratá-lo com respeito e consideração. Portanto, é feliz que informo acreditar ter, vamos lá, uns quinze leitores, e que estes leitores, freqüentes e participantes, merecem mais atenção.
Periodicidade
Não tenho tido muito o que dizer para que possa atualizar o blogue todos os dias (para a sorte de todos nós, convenhamos). E não me apetece escrever qualquer tolice (a despeito das tolices que mesmo assim são escritas) só para deixar o blogue movimentado. Mas, de qualquer forma, nada justifica que não desenvolva uma periodicidade para que os leitores ao menos saibam quando é que podem encontrar, se o desejarem, algo novo por aqui, para não os fazer gastar precioso ou ocioso tempo de internete entrando numa página desatualizada. Esta Bazófia, então, terá textos postados todas as terças-feiras, o que dará um inédito por semana no mínimo (exceto se surgir algo que anseie ser publicado urgentemente). Se por algum motivo não puder publicar na terça-feira (não se está isento de percalços os mais variados possíveis), um dia antes, portanto na segunda, farei aqui o aviso do sucedido.
Pitacos
O diálogo que se estabelece nos comentários é muito importante, sobretudo para o blogueiro, já que é, em última instância, a possibilidade de alcançar, de fato, a audiência do blogue. Ora, se a primeira coisa que o leitor pode fazer de mais especial para quem escreve o texto é lê-lo, a segunda é comentar. Logo, não faz sentido o também desrespeitoso tempo que o escrevente demora para responder aos comentários, diminuindo, dessa forma, o espaço para um debate que pode ser muitas vezes bastante melhor que o próprio texto. Pretendo, pois, responder aos comentários tão logo os veja na página, comprometendo-me a responder a todos até no máximo a terça-feira seguinte à publicação.
Louvoso
Gratidão não é uma boa palavra, mas louvoso, à moda do Manoel de Barros, talvez seja. Fico muito feliz que vocês leitores continuem vindo a este singelo espaço, e muito satisfeito também que comentem os textos. Aqui na Bazófia não tem essa de que blogue é do blogueiro e ele faz o que quiser. Não, eu escrevo o que quiser, mas não pretendo fazer o que quiser, porque a única e exclusiva utilidade deste blogue é se fazer ler. Sem leitores, não há blogue. Por isso gostava de convidar a que se manifestassem quanto as formas e agora sobre essa questão da periodicidade, ajudando-me a fazer um blogue mais palatável para a leitura. Os textos eu prometo melhorar, mas como os diletos leitores já sabem, isso ainda vai longe de produzir um bom efeito.
Obrigado por virem e prestigiarem as palavras que não muito firmes vou deixando por aqui. Um abraço terno.
Juliano
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