Citadinos (deste e de outros Estados, por ventura),
Há um ser desprezível e vil que se julga o centro do universo e crê que salvará a humanidade. Porque alguém lhe dissesse, então é diferente, e estando tudo errado, é ele o certo. É uma pessoa que imagina merecer muito mais do que tem e sempre espera a cobrar do mundo desconcertado os benefícios que não logrou êxito. Inteligência sutil, maior, mais limpo, mais belo, mais alto, exemplo explícito do que melhor pode haver, assim crendo, quase se engana ou até: investe em arrancar elogios julgando merecê-los, retira-os aos mais ingênuos. Sobeja-lhe um certo lábio desenvolto e, então, o que deveria ser espontâneo e o não é, por não poder ser, assoma, e regozija-se, e pede mais agrados, assim por uns ou outros crédulos consegue-lhes a inverdade, quando não dinheiro.
Mas é a precisão de que necessita este torpe homem: “és belo, és sábio, és incompreendido, és o melhor, te não dão o valor que mereces, quando te descobrirem..., és tão bom que és humilde...” Há o exagero em seu pensamento, que nem impingindo conseguiu arrancar. Mas, Ah! Basta-lhe! precisa de ouvir tudo isso! E ainda acha que enxerga, e crê que observa, e presume que encadeia, pensa que pensa, mais, mais e mais. Assume as farsas que criou: escreve, joga, estuda, compõe, cria, dedica, revela, ensina, demonstra, ajuda, perdoa, compreende, cobra, recobra, se indigna... e anda a fazer isso com tanta verdade que, pasmem, julga! Então, é pior, porque sai a julgar a tudo e a todos e se sente melhor ou se sente acima, no pedestal de mentira que ele mesmo erigiu. Não polpa ninguém, nem mesmo a si: quanta vileza, quanto asco me causa, pois se pode julgar a si próprio, passa à vista e sabe o que é e não toma em conta.
Assusto-me ao pensar que sabendo quem seja de verdade, e o quanto de mal está a causar a tanta gente, não se importe qualquer pouco que fosse. Meus colegas de cidade, causa-me pena e torço pelo contrário, imaginar que um dia, por azar outorgado do destino, algum de vocês cruzou com tão torpe e vil e reles pessoa em suas vidas. Estejam atentos, denunciem, saiam correndo aos gritos. Não descartem, inclusive, o uso de pedras e paus.
p.s. - eu tinha vontade, mas só pude escrever isso a pedido de Zuckerman, claro.
(na foto, Djinn de El Khaimah) (este texto foi originalmente publicado em 30 de março de 2007)
Há um ser desprezível e vil que se julga o centro do universo e crê que salvará a humanidade. Porque alguém lhe dissesse, então é diferente, e estando tudo errado, é ele o certo. É uma pessoa que imagina merecer muito mais do que tem e sempre espera a cobrar do mundo desconcertado os benefícios que não logrou êxito. Inteligência sutil, maior, mais limpo, mais belo, mais alto, exemplo explícito do que melhor pode haver, assim crendo, quase se engana ou até: investe em arrancar elogios julgando merecê-los, retira-os aos mais ingênuos. Sobeja-lhe um certo lábio desenvolto e, então, o que deveria ser espontâneo e o não é, por não poder ser, assoma, e regozija-se, e pede mais agrados, assim por uns ou outros crédulos consegue-lhes a inverdade, quando não dinheiro.
Mas é a precisão de que necessita este torpe homem: “és belo, és sábio, és incompreendido, és o melhor, te não dão o valor que mereces, quando te descobrirem..., és tão bom que és humilde...” Há o exagero em seu pensamento, que nem impingindo conseguiu arrancar. Mas, Ah! Basta-lhe! precisa de ouvir tudo isso! E ainda acha que enxerga, e crê que observa, e presume que encadeia, pensa que pensa, mais, mais e mais. Assume as farsas que criou: escreve, joga, estuda, compõe, cria, dedica, revela, ensina, demonstra, ajuda, perdoa, compreende, cobra, recobra, se indigna... e anda a fazer isso com tanta verdade que, pasmem, julga! Então, é pior, porque sai a julgar a tudo e a todos e se sente melhor ou se sente acima, no pedestal de mentira que ele mesmo erigiu. Não polpa ninguém, nem mesmo a si: quanta vileza, quanto asco me causa, pois se pode julgar a si próprio, passa à vista e sabe o que é e não toma em conta.
Assusto-me ao pensar que sabendo quem seja de verdade, e o quanto de mal está a causar a tanta gente, não se importe qualquer pouco que fosse. Meus colegas de cidade, causa-me pena e torço pelo contrário, imaginar que um dia, por azar outorgado do destino, algum de vocês cruzou com tão torpe e vil e reles pessoa em suas vidas. Estejam atentos, denunciem, saiam correndo aos gritos. Não descartem, inclusive, o uso de pedras e paus.
p.s. - eu tinha vontade, mas só pude escrever isso a pedido de Zuckerman, claro.
(na foto, Djinn de El Khaimah) (este texto foi originalmente publicado em 30 de março de 2007)
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